Intolerância à lactose, O que é, como tratar, quais os diagnósticos

 

A ideia de que o leite é um alimento completo, saudável e indispensável para qualquer dieta faz parte da nossa vida desde que somos bebês. Não é à toa que a imagem de uma mãe amamentando seu pequeno sempre nos faz pensar em saúde.

Mas para muitos, o problema pode começar justamente quando o leite da mãe passa a ser substituído por outros, como o de vaca.

Enquanto que o primeiro é, de fato, o alimento mais completo que existe, o segundo pode ser o causador de alergias ou intolerâncias que desencadeiam uma série de problemas de saúde para os indivíduos e, em alguns casos, pode levar à morte.

Trata-se da alergia à proteína do leite de vaca, bastante comum em crianças, e da intolerância à lactose, que é mais predominante na fase adulta. É muito importante saber diferenciar cada um deles.

O primeiro está relacionado ao sistema imunológico e o segundo está ligado diretamente ao sistema gastrintestinal.

Caso o consumo de leite e derivados seja baixo e a quantidade de lactase seja compatível à lactose consumida, a pessoa não terá nenhuma reação adversa. Essas pessoas podem ingerir até 12 g por dia de lactose (equivalente a um copo de leite) sem apresentarem sintomas adversos.

Porém, entre os brasileiros, o consumo diário do alimento e seus derivados normalmente ultrapassa essa quantidade. Vale ressaltar que esse processo não é intermediado pelo sistema imunológico, o que caracterizaria um processo alérgico.

Portanto, não existe alergia à lactose, o termo correto é intolerância à lactose. O tratamento é bastante simples: retirar da dieta alimentos que contenham o açúcar do leite, como queijos brancos, iogurtes e creme de leite.

Em muitos casos, não é preciso retirar 100% dos alimentos com lactose. A intolerância varia muito de pessoa para pessoa e a observação clínica é fundamental.

Após uma exclusão inicial dos laticínios, por um período que irá variar para cada paciente, geralmente é recomendada a reintrodução gradual do leite e seus derivados, de acordo com os sintomas de cada indivíduo. Caso essas medidas não sejam suficientes para reduzir os sintomas, medidas farmacológicas podem ser adotadas.

Enquanto a intolerância à lactose está ligada à dificuldade de digerir o açúcar do leite , tem proteínas do leite (caseína e beta lactoglobulina).

Nesse caso, o processo de desequilíbrio no organismo é intermediado pelo sistema imunológico, por isso podemos usar o termo alergia.

De maneira geral, funciona mais ou menos assim: nosso corpo vê a proteína como um agente agressor e parte para o ataque. Quando se ingere alimentos que possuem as proteínas do leite, o sistema de defesa as reconhece como uma substância estranha e libera na corrente sanguínea anticorpos (IgE) ou células inflamatórias, acarretando as reações adversas.

Quais são os principais sintomas de intolerância à lactose?

Os intolerantes à lactose também podem atrair doenças bucais como a halitose, que é o excesso do mau hálito causado por bactérias na região bucal e podem comprometer tratamentos como o clareamento dental.

  • placas vermelhas na pele
  • coceira
  • descamação
  • diarreia
  • sangue nas fezes
  • intestino preso
  • vômito
  • regurgitação
  • cólicas intensas
  • respiração difícil
  • chiado, ou até o choque anafilático

Qualquer quantidade da proteína do leite é sufi-ciente para desencadear os sintomas, portanto seu tratamento é retirá-lo completamente da dieta. Esses sintomas podem aparecer em qualquer órgão do corpo e passam por problemas respiratórios, de pele, emocionais, metabólicos, entre muitos outros e são resultantes de processos inflamatórios causados pelo excesso das proteínas não digeridas em nosso organismo.

No sistema respiratório, causam rinite, bronquite, sinusite, asma. Podem afetar também o sistema nervoso central, gerando ansiedade, irritabilidade, depressão ou até atingir a pele, com dermatites, por exemplo, entre outros problemas.

Quase sempre esses sintomas são tratados separadamente por profissionais das áreas específicas. Dessa forma, eles podem ser amenizados, mas como a causa continua agindo no organismo, os sintomas serão transferidos para outro órgão.

Geralmente, a alergia à proteína do leite manifesta-se já na infância, normalmente no primeiro ano da criança e tende a desaparecer conforme ela for crescendo.

De acordo com um estudo polonês, a alergia ao leite de vaca é a causa mais frequente de constipação em crianças de zero a três anos. Para tratar a alergia tardia é necessário que os laticínios sejam completamente retirados da dieta durante um mês.

Depois disso, eles podem voltar à mesa dos pacientes desde que sejam consumidos com frequência menor, uma vez a cada quatro dias, em média, e em quantidades pequenas.

Doença celíaca e intolerância à lactose

Pacientes com doença celíaca também podem apresentar intolerância à lactose. Isso acontece porque à medida que as vilosidades são destruídas por conta da reação ao glúten, as células produtoras de lactase também são destruídas.

Ao cortar o glúten da dieta, é possível que a produção de lactase volte ao normal e o consumo de lácteos seja restabelecido.

Como é feito o diagnóstico da intolerância à lactose?

O diagnóstico da alergia tardia ao leite é feito a partir da análise clínica dos sintomas apresentados pelo paciente. Já no caso da intolerância à lactose, a técnica mais difundida nos laboratórios de análises clínicas é a curva glicêmica.

Ela também pode ser descoberta pelo teste respiratório do hidrogênio expirado, que se baseia na produção de hidrogênio pela fermentação da lactose não absorvida: o hidrogênio entra na corrente sanguínea e é expirado pelo pulmão.

Por trazerem sintomas parecidos, normalmente o diagnóstico da alergia tardia à betalactoglobina é confundido com o da intolerância à lactose.

Essa confusão faz com que aqueles que procuram tratamento muitas vezes recebem orientações erradas, como a reposição da lactase, que não será eficaz na solução do problema, ou o consumo dos inúmeros laticínios sem lactose disponíveis .

Nesses produtos, o açúcar do leite é retirado, mas as proteínas alergênicas não, portanto, os sintomas relacionados a elas permanecerão.

O que é intolerância à lactose?

  • Caracteriza-se pela dificuldade de digerir o açúcar do leite
  • Normalmente, manifesta-se na idade adulta
  • Não ativa o sistema imunológico
  • Os sintomas estão relacionados apenas ao sistema gastrintestinal

O que é alergia à lactose?

  • Caracteriza-se pela dificuldade de digerir as proteínas do leite
  • Surge com frequência no primeiro ano de vida
  • Ativa o sistema imunológico
  • Sintomas podem aparecer em qualquer órgão do corpo

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